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5 de set. de 2006

Colonias inglesas na América e independência


Colonização Inglesa

  • Iniciou com a colônia da Virginia – problemas internos na Inglaterra: perseguições religiosas e políticas, além do Cercamento dos campos.
  • Formação das 13 Colônias – XG diversidade entre si.
  • Colônias do Norte;
  • Colônias do Centro;
  • Colônias do Sul.

Colônias do Norte

  • Chamadas de Nova Inglaterra;
  • Agricultura de subsistência;
  • Minifúndio;
  • Mão de obra assalariada ou servidão por contrato;
  • Politicamente – um grau razoável de autonomia (governos baseados na representação popular);
  • Apesar da proibição surgiram PP manufaturas.

Colônias de Centro

  • Surgimento posterior – serviam para separar as do Norte das do Sul;
  • Outros povos ocuparam elas mas com o passar do tempo foram expulsos (holandeses);
  • Organização econômica semelhante ao Norte, mas houve influência do sul também;
  • Pensilvânia – Quackers – seita que pregava a igualdade entre os homens e contrária a violência.
Colônias do Sul
  • Parecida com as colônias ibéricas;
  • Latifúndio;
  • Escravismo;
  • Monocultura;
  • Exportação;
  • Ou seja: Plantation;
  • Não havia uma liberdade como no Norte. XG senhores de terras dominavam a política local.

Crise do Antigo Sistema Colonial

  • Consolidação do K Vs. Sistema Colonial;
  • Mercantilismo impedia a liberdade do comércioe isso se torna obsoleto com o avanço do Capitalismo;
  • Claro que os fatores internos não podem ser deixados para trás.
  • Nem as idéias do Iluminismo.

Conflitos que levaram a independência americana

  • Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763): uma disputa entre Inglaterra e França por regiões da América do Norte.
  • Para recuperar os gastos do conflito a Inglaterra (vitoriosa) passa a ser mais rígida com relação a dominação colonial.
  • Setores da elite americana não aceitam as atitudes inglesas. Estavam acostumados com a autonomia e negligência.

Leis Adotadas pelos Ingleses

  • Lei do Açúcar: proibição da importação do rum estrangeiro e taxas sobre o açúcar que não viesse das Antilhas britânicas;
  • Lei do Selo: taxa sobre documentos, jornais, etc;
  • Lei do Chá: monopólio da venda do chá para a Companhia das Índias Orientais. Colonos se revoltam e destroem carregamentos de chá;
  • Leis Intoleráveis: fechamento do porto de Boston e o governo colonial inglês poderia julgar e punir colonos envolvidos em distúrbios contra a Inglaterra.

Luta pela Independência

  • Primeiro Congresso da Filadélfia: Os colonos do norte resolveram promover, no ano de 1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo que estava acontecendo. Este congresso não tinha caráter separatista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior. Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metrópole e maior participação na vida política da colônia.
    Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas do congresso, muito pelo contrário, adotou mais medidas controladoras e restritivas como, por exemplo, as Leis Intoleráveis. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta na colônia, influenciando diretamente no processo de independência.
  • Segundo Congresso da Filadélfia: Em 1775, os colonos se reuniram no segundo congresso com o objetivo maior de conquistar a independência. Durante o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América (4/7/1776). Porém, a Inglaterra não aceitou a independência de suas colônias e declarou guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França e da Espanha.

Constituição dos EUA

  • Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos com fortes características iluministas. Garantia a propriedade privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão, optou pelo sistema de república federativa e defendia os direitos e garantias individuais do cidadão.

3 de set. de 2006

Modo de produção asiático


SIM ESTÁ IGUAL A DO WIKIPEDIA, MAS PELO MENOS ESSE TEXTO ESTA AQUI DESDE 2006, NÃO TENHO CULPA DISSO.


O chamado modo de produção asiático caracteriza os primeiros Estados surgidos no Oriente Próximo, Índia, China e África. A agricultura, base da economia desses Estados, era praticada por comunidades de camponeses presos à terra, que não podiam abandonar seu local de trabalho e viviam submetidos a um regime de servidão coletiva. Todas as terras pertenciam ao Estado, representado pelas figuras do imperador, rei ou faraó que se apropriavam do excedente agrícola (produção que supera o consumo imediato), distribuindo-o entre a nobreza, formada por sacerdotes e guerreiros. Esse Estado todo-poderoso, onde os reis ou imperadores eram considerados verdadeiros deuses, intervinha diretamente no controle da produção. Nos períodos entre as safras, era comum o deslocamento de grandes levas de trabalhadores (servos e escravos) para a construção de imensas obras públicas, principalmente canais de irrigação e monumentos. Esse tipo de poder, também denominado despotismo oriental, marcado pela formação de grandes comunidades agrícolas e pela apropriação dos excedentes de produção, caracteriza a passagem das sociedades sem classes das primitivas comunidades da pré-história para as sociedades de classes. Nestas, predominam a servidão entre explorados e exploradores, embora a propriedade privada ainda fosse pouco difundida. Guardadas as particularidades históricas, pode-se afirmar que os primeiros Estados surgidos no Oriente Próximo (egípcios, babilônios, assírios, fenícios, hebreus, persas) desenvolveram esse tipo de sociedade. Por fim e resumidamente, a servidão coletiva era o modo de pagamento para o rei ou faraó pelas terras.

Antiguidade oriental

O Mundo Antigo Oriental

As primeiras Civilizações do período histórico, são as Civilizações agrícolas e mercantis da antiguidade oriental, que incluem, entre outros, os povos mesopotâmicos, os egípcios, os hebreus, os fenícios, os persas, os hindus e os chineses.

Características comuns das Primeiras Civilizações

As primeiras grandes Civilizações das quais temos notícia organizavam-se sob aspectos muito semelhantes. Seus dois elementos mais marcantes foram a agricultura baseada nos grandes sistemas de irrigação e o poder político sustentado pela religião, por isso ficaram conhecidas como “teocracias de regadio”. Muitos autores denominam de “modo de produção asiático” esse conjunto de características presentes na vida política, social, religiosa e econômica das Civilizações mais antigas.
Essas sociedades apresentavam como características em comum:
· poder político com forte conotação religiosa, por isso denominado “teocracia” (teo, “deus”, cracia, “poder”);
· economia baseada na agricultura;
· regime de trabalho servil, mas que também utilizava o trabalho escravo;
· elite composta por sacerdotes, proprietários de terra, militares de alta patente e pela família real;
·
camadas pobres formadas por servos, estrangeiros escravizados ou pessoas livres exploradas até o limite de suas forças;
·
religião politeísta, ou seja, crença em vários deuses.

O Crescente Fértil

Como vimos, após milhares de anos os seres humanos aprenderam a cultivar vegetais e a domesticar animais. Aos poucos, dentro dos grupos formados, foram se estabelecendo relações sociais cada vez mais complexa, decorrentes, entre outras razões, da diversidade das atividades de produção e da especialização do trabalho. Dessa diversificação das relações sociais surgiram as cidades, o comércio, a religião, a escrita e o Estado.

Um dos primeiros territórios onde se desenvolveram essas sociedades, forma um contorno parecido com o quarto crescente da fase lunar, uma espécie de meia-lua. Exatamente por causa desse formato, a região recebeu o nome de “crescente fértil”.

O “Crescente Fértil” está localizado entre a Europa, Ásia e a África. Na antiguidade, existiam na região várias áreas férteis, que a tornavam refúgio privilegiado de grupos humanos que se deslocavam em busca de alimentos e de abrigo.

A Civilização Mesopotâmica

MESOPOTÂMIA é uma palavra de origem grega que significa “entre rios”. A região pertencia ao chamado “crescente fértil”, situando-se entre os rios Tigre e Eufrates. Atualmente, a Mesopotâmia corresponde ao território onde hoje é o Iraque.

Características da Mesopotâmia

A Mesopotâmia não possuía proteção natural (como o Egito, por exemplo, que é cercado por desertos), fato que facilitava o acesso de vários povos à região. Este dado explica o caráter extremamente agitado de sua história política, caracterizado por sucessivas invasões, guerras, ascensão e declínio de diversos reinos e impérios.

Na Mesopotâmia, estabeleceram-se vários povos que deram origem a grandes civilizações. Dentre eles destacamos os sumérios, os acádios, os amoritas, os assírios e os caldeus.

A região da Mesopotâmia possui singular importância na história humana, pois constituiu, segundo os grandes arqueólogos, o berço das primeiras civilizações. Tudo indica que foi na Mesopotâmia que o homem construiu as primeiras cidades, organizou a estrutura básica do Estado e criou um dos primeiros sistemas práticos de escrita. Foi ali também, que se desenvolveu a economia produtora de excedentes, dando origem a mercadorias para serem negociadas.

A Mesopotâmia foi uma das primeiras regiões do mundo em que ocorreu a passagem da sociedade comunitária (sem classe) para a sociedade dividida em ricos e pobres, exploradores e explorados. Assim, o nascimento da civilização na Mesopotâmia marcaria, também, o início da desigualdade e da exploração social entre os homens.

O clima árido e as condições do solo mesopotâmico reclamavam a construção de canais de irrigação e outras grandes obras coletivas necessárias à agricultura. Pode-se perceber que o domínio sobre as forças das águas passa a ser vital para as sociedades mesopotâmicas. Somente construindo um complexo sistema de canais de irrigação e de barragens, o homem conseguiu cultivar as terras adjacentes, que durante um longo período se apresentavam completamente áridas e em outros momentos bastante alagadiças, formando imensos lamaçais.

No momento em que o homem exerceu esse domínio sobre as águas, ele pôde utilizar os recursos naturais oriundos das cheias dos rios para desenvolver as atividades agropecuárias, construindo essas obras para a irrigação.

Para a construção dessas grandes obras hidráulicas, era necessário uma administração estatal centralizada, que conduzisse o esforço coletivo. Surgiram, assim, os chamados governos teocráticos de regadio.

A princípio não existia a propriedade da terra, e os camponeses dela usufruíam trabalhando como membros da comunidade aldeã. Posteriormente, a terra tornou-se propriedade nominal do governante, um rei divinizado que personificava os interesses da comunidade.

O poder do Estado servia, portanto, para melhor conduzir a produção e dirigir a realização das grandes obras de interesse comum, ultrapassando a iniciativa individual.

Com o tempo, a minoria que detinha o poder estatal, além de prestar serviços à comunidade, passou a explorá-la, aumentando seus privilégios de elite dirigente. O governante, divinizado, passa a explorar, através de trabalhos forçados e da cobrança de tributos, as comunidades aldeãs.

Os Povos da Mesopotâmia


Sumérios (3500 a 2550 a.C.)

Primeiros povos a se desenvolver na Mesopotâmia, na parte sul. Pacíficos, conheciam a astronomia, medicina, veículos de roda, charruas para lavrar os campos, o bronze. Possuíam um sistema de escrita, a Cuneiforme, gravavam com estiletes de cana, depois metálica, os sinais em placas de argila úmida. A maneira de gravar em forma de cunha (impressão triangular), por isso se chamou cuneiforme.

Construíram casas de tijolos cozidos ao sol, aplicaram o princípio do arco, fundaram bibliotecas, escolas, dedicaram-se a agricultura, indústria e ao comércio, utilizaram o sistema de irrigação e canalização. Foram os primeiros a se organizarem politicamente, fundaram várias cidades-estados como Ur, Uruk, Lagash. Cada cidade tinha seu próprio Deus e seu próprio templo, governado por um sumo sacerdote, o PATESI que desempenhava funções de chefe político, religioso e militar.

A rivalidade entre as cidades-estados terminou por enfraquecê-las e acabou possibilitando que fossem conquistados pelos Acádios.


Acádios

Se estabeleceram ao norte, região da Caldéia. Fundaram cidades às margens do rios Tigre e Eufrates. Sargão I, rei de Acad, impôs seu domínio sobre as demais cidades sumerianas, unificando-as, declarando-se primeiro rei mesopotâmico. Novas invasões aconteceram e a Mesopotâmia caiu sob o domínio do Amoritas (semitas) e fundaram o Primeiro Império Babilônico (2200 a.C.).

Primeiro Império Babilônico (2200 a 1650 a.C.)

Fundaram a capital Babilônia, sede do poderoso império e grande centro comercial. HAMURÁBI foi o mais famoso rei dos babilônios. Estendeu o domínio do seu império até o norte da Assíria. Mandou elaborar um código jurídico com leis escritas (Código de Hamurábi).

O Código de Hamurábi apresenta uma diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de penas para uma vasta gama de crimes, partindo, a maior parte delas, do princípio “olho por olho, dente por dente”. O Código de Hamurábi decorria da Lei de Talião que preconizava que as punições fossem idênticas ao delito cometido. O Código abarca praticamente todos os aspectos da vida babilônica, passando pelo comércio, propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas acusações e escravidão.As punições variavam de acordo com a posição social da vítima e do infrator. O princípio da Lei de Talião tinha valor somente quando o crime era cometido contra um membro da elite, pois quando a vítima era um servo ou um escravo, não valia a retaliação, e a pena podia limitar-se ao pagamento de uma multa.

Segundo as leis de Hamurábi, o falso testemunho era severamente castigado. Aquele que acusava falsamente alguém de haver participado em um roubo devia ser entregue à morte. Ladrões e seus colaboradores pagariam seus feitos com a vida, na maior parte dos casos, as vezes, eram cortadas as mãos dos ladrões.A poligamia era tolerada até certo ponto: cada homem podia ter uma segunda esposa quando a primeira não lhe dava filhos.

Depois da morte de Hamurábi surgem novas invasões e com a decadência da Babilônia surge um novo império.

Império Assírio (1300 a 612 a.C.)

Os assírios viviam no norte da Mesopotâmia, no planalto de Assur. Povo essencialmente guerreiro que, por volta de 1.300 a.C., fundou um império e, a partir daí, expandiu as fronteiras para o Oriente. Os exércitos assírios eram Superiores aos dos demais povos e, por isso, bastante temidos.

Apesar de poderoso, este império só se mantinha sob o regime do TERROR. Nos países invadidos, agiam com crueldade, destruindo as plantações, saqueando e incendiando as cidades, vazando olhos, cortando nariz e as orelhas dos prisioneiros. Possuíam um exército bem organizado, a infantaria, carros, máquinas bélicas (ARÍETE), cavalaria. Sabiam abrir trincheiras, minar muros, fazer brechas com aríete e dar o assalto por meio de escadas. Os soldados eram armados de lança, arco e flechas ou espadas curtas. Usavam túnicas de couro recobertas de placas metálicas; para atravessar os rios, tinham bolsas de couro, que, cheias de ar, lhes serviam de bóias.

No século VII a.C., o império atingiu a sua extensão máxima: toda a Mesopotâmia, Assíria, a Fenícia, o Reino de Israel, o Egito. A primeira capital do império foi Assur e a segunda, Nínive.

O apogeu no império assírio ocorreu nos reinados de Sargão II, que conquistou o reino de Israel; Senaqueribe, que tomou a Fenícia e destruiu a Babilônia e, Assurbanipal, que invadiu o Egito e tomou Tebas. Foi este último rei que mandou construir a Biblioteca de Nínive.

Em 612 a.C., Nínive foi tomada pelos Caldeus estabelecidos na Babilônia e o IMPÉRIO ASSÍRIO destruído.

Segundo Império Babilônico (612 a.C. a 539 a.C.)

Os Caldeus, povo de origem semita, derrotaram os assírios e fizeram da Babilônia novamente a capital da Mesopotâmia. Assim nasceu o Império Neobabilônico, mais grande que o de Hamurábi, e mais de mil anos depois. O principal rei dos babilônicos foi Nabucodonosor. Fez da Babilônia a maior cidade da Antigüidade, construiu tempos, palácios, muralhas e os famosos “jardins suspensos”, considerados pelos gregos como uma das maiores “maravilhas do mundo”. No centro da cidade erguia-se o ZIGURAT (grande torre do templo onde os sacerdotes caldeus observavam os astros). Em 539 a.C., Ciro, rei persa, conquista a Babilônia, mais tarde os gregos, romanos e os árabes.

Nabucodonosor também expandiu seu império, dominando boa parte da Fenícia, Síria e Palestina, e escravizando os habitantes do reino de Judá, que foram transferidos como escravos para a capital (Cativeiro da Babilônia).

Economia, Sociedade e Cultura

A estrutura produtiva mesopotâmica, tal como a do Egito, inseria-se no modo de produção asiático, tendo a agricultura como atividade principal e a população submetida ao sistema de servidão coletiva. Sendo a agricultura a atividade básica, cultivavam o trigo, cevada, centeio, árvores frutíferas e legumes. Usavam o arado semeador, a grade, carro de roda (foram os primeiros a utilizá-los). Faziam canais de irrigação e barragens para melhor aproveitar as cheias dos rios como o Tigre e o Eufrates. Também utilizavam técnicas de cultivo muito desenvolvidas. Além da irrigação, os agricultores mesopotâmicos espaçavam as plantações para obter maior rendimento.

Na pecuária já exploravam o bovino que fornecia carne e leite. O gado era utilizado também para puxar carros e arados, e ainda criavam carneiros para obter lã e tecido.

Na indústria, as oficinas de artesãos, como alfaiates, carpinteiros, metalúrgicos, ourives, cortadores de pedras, ceramistas e tecelões, faziam tecidos, ferramentas, armas, jóias, brinquedos e cerâmicas. Atingiram um alto grau de desenvolvimento, tanto que, juntamente com o comércio, impulsionaram o progresso. Os negociantes organizavam caravanas que iam da Arábia à Índia, buscando ou levando produtos como lã, tecidos, cevada e minerais, entre outras mercadorias. Quando utilizavam os rios Tigre e Eufrates ou o mar, alcançado através do golfo pérsico, freqüentemente contavam com navios tripulados por marinheiros fenícios.

Os produtos comercializados com as regiões vizinhas eram: marfim da Índia; estanho do Cáucaso; cobre do Chipre; madeira do Líbano. Criaram o dinheiro para facilitar e regulamentar os negócios: dinheiro em barras de ouro e prata, contratos escritos de comércio e a letra de câmbio.

As classes sociais estavam divididas em classes privilegiadas: formada pelos reis, sacerdotes, aristocratas e comerciantes. Essa elite era poderosa, concentrava privilégios e força, sustentada pela esmagadora maioria da população, formada pelos artesãos, escravos, escribas, funcionários do governo, que estava submetida à servidão imposta por um governo despótico e teocrático.

A religião mesopotâmica era politeísta, adoravam e consagravam como deuses os rios, ventos, astros, o que deu origem à astrologia. Acreditavam em demônios, adivinhações, magia. Os deuses, apresentados sob forma humana, eram numerosos na Mesopotâmia. ANU (deus do céu); SHAMASH (deus do sol e da justiça); SIN (deusa da lua); EA (deusa da água); ISHTAR, cultuada por todos, era a deusa maior: concedia a vitória e ajudava no amor.

Aprimorando os conhecimentos de astronomia, os mesopotâmicos avançaram no domínio da matemática; foram os inventores da álgebra, desenvolvendo cálculos de divisão e multiplicação, incluindo a criação da raiz quadrada e da raiz cúbica. Também dividiram o círculo em 360 graus e criaram um calendário com o ano de doze meses. Inventaram medidas de comprimento, superfície, capacidade de peso e calculavam a hipotenusa.

As Artes

Na arquitetura, os mesopotâmicos foram inovadores com a aplicação de arcos. Os palácios eram grandiosos. Desenvolveram a arquitetura e a pintura onde usavam cores claras e reproduziam caçadas, batalhas e cenas da vida dos reis e dos deuses. A produção de cerâmica alcançou notável desenvolvimento.

Na literatura, construída principalmente de poemas e narrativas épicas,destacam-se duas obras : a Epopéia de Gilgamés, a mais antiga narrativa sobre o dilúvio, e o Mito da Criação que narra a origem do mundo.

Com relação à medicina, acreditavam que as doenças eram o resultado da ação dos demônios. Cabia aos médicos curar os doentes, livrando-os dos maus espíritos. Receitavam diversas beberagens feitas com ervas e outras substâncias que tinham eficácia sobre várias moléstias.

A Civilização Egípcia

Na mesma época em que se desenvolviam as civilizações mesopotâmicas, entre o rio Tigre e o rio Eufrates, outra importante civilização se desenvolvia às margens do rio Nilo: a Civilização Egípcia. Ela nos deixou numerosos monumentos, como pirâmides, templos e estátuas. E muitos aspectos de sua história, do seu povo, de seus faraós, chegaram até nós através dos hieroglífos, sua escrita particular, que foi decifrada pelo cientista francês Jean François Champollion, em 1822.

Situada no nordeste da África, numa região predominantemente desértica, a Civilização Egípcia desenvolveu-se no fértil vale do Nilo, beneficiando-se do seu regime de cheias. As abundantes chuvas que caem durante certos meses na nascente do rio, ao sul do território egípcio, atual Sudão, provocam o transbordamento de suas águas. Essas cheias, ao ocuparem as margens do rio, depositam ali o “húmus” fertilizante. Quando termina o período chuvoso e o rio volta ao seu leito normal, as margens ficam prontas para uma agricultura farta.

O historiador grego Heródoto afirmou, em célebre frase, que o EGITO É UMA DÁDIVA DO NILO. De fato, são as periódicas cheias do Nilo que fornecem água e terra arável ao país. Entretanto, isso não era suficiente para modelar uma civilização. Foi preciso acrescentar o esforço e a criatividade do trabalho humano. Assim, foi por meio do trabalho humano, associado ao fator geográfico, que egípcios conseguiram desenvolver uma das mais antigas civilizações da história.


Características geográficas do Egito

O Egito Antigo é caracterizado por três elementos: oásis, clima árido e território comprido.

- Oásis : O Egito, em meio a um grande deserto do Saara, situa-se em uma região fértil, um verdadeiro oásis.

- Clima árido : O Egito possui clima quente e seco, próprio do deserto.

- Território comprido : O Egito tem um território que acompanha a curso do rio Nilo. Esse território é dez vezes mais comprido (sentido norte-sul) do que largo (sentido leste-oeste), tendo a aparência de um longo tubo que se estende pelas margens do Nilo.

Organização política do Egito antigo

Período Pré-Dinástico

Desde 5000 a.C. o Egito era habitado por povos que viviam em tribos, os nomos (comunidades autônomas que desenvolviam uma agricultura rudimentar e eram chefiados pelos monarcas. Para agregar esforços na construção de diques e canais de irrigação, deu-se a reunião dos nomos, originando a formação de dois reinos, o reino do alto Egito, localizado ao sul do Nilo e do baixo Egito, ao norte.

Menés, fundador da primeira dinastia dos faraós, unificou os reinos do norte e do sul, por volta de 3200 a.C. Com a unificação iniciou-se o período dinástico da história egípcia. O faraó adquiriu o papel de supremo mandatário, concentrando todos os poderes em suas mãos e apropriando-se de todas as terras, a população deveria pagar tributos a ele e servi-lo. Reforçando seu poder, o faraó encarnava também o elemento religioso, passando a ser considerado um deus vivo, sendo cultuado como tal. Daí chamarmos monarquia teocrática, o regime político do Egito antigo.

Antigo Império (3200 - 2300 a.C.)

Nesse período, os faraós centralizavam todo o poder político e religioso, impunham suas vontades e decisões de forma absoluta, a fim de concretizarem grandes obras, como diques e canais de irrigação, além de armazéns e celeiros para estocagem de cereais e gigantescos túmulos em forma de pirâmides. Para tanto, tiveram de exigir altos impostos e dispor de milhares de trabalhadores. São desse período as imponentes pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos.

Nesse período os egípcios avançavam em suas relações com outros povos da África e do Oriente, trocando seus excedentes em cereais, trigo e papiro por metais e pedras preciosas, marfim, madeiras raras e especiarias. A capital do Antigo Império fixou-se primeiramente em Tínis e depois em Mênfis.

O fim do Antigo Império foi provocado por uma série de revoltas lideradas pelos administradores das províncias contra a autoridade central do faraó. Em decorrência, surgiu a quebra da unidade administrativa do Egito.

Médio Império (2000 - 1580 a. C.)

Depois de um período marcado por lutas e por divisões políticas, representantes da nobreza de Tebas conseguiram chegar ao poder e reunificar as forças do Império. Tebas tornou-se a capital do Egito. Os faraós tebanos organizaram uma sólida estrutura centralizadora de poder. O Médio Império conheceu, então, um período de prosperidade econômica, de expansão territorial e florescimento literário.

Por volta de 1750 a.C. o Egito enfrentava crises políticas internas. Valendo-se disso, os HICSOS, povo nômade, vindo da Ásia, invadiram o Egito. Aparelhados com carros de combate puxados a cavalo e com armas de metal, equipamentos que até então eram desconhecidos no vale do Nilo. Os exércitos hicsos dominaram a região norte do Egito, lá permanecendo por cerca de 170 anos e fixando a capital em Ávaris.

Novo Império (1580 a.C. - 525 a.C.)

Através da reorganização do exército e da assimilação das técnicas dos invasores, os egípcios conseguiram expulsar os hicsos em 1580 a.C. E foi novamente uma família da nobreza de Tebas que conseguiu unificar o Império Egípcio. Esse período foi agressivo e militarista, a começar pela expulsão dos hicsos e pela escravização dos Hebreus, que haviam penetrado no Egito durante o Médio Império. Os Hebreus só conseguem deixar a região por volta de 1250 a.C. sob o comando de Moisés, no chamado Êxodo.

O expansionismo egípcio estendeu seu império em várias direções, invadiram a Ásia, conquistando a Síria, Fenícia e Palestina.

O Novo Império começou a decair devido às lutas internas, às invasões estrangeiras e às revoltas dos povos dominados contra a cobrança abusiva de impostos. Em 670 a.C. o Egito foi conquistado pelos assírios.

O Renascimento Saíta

Expulsos os assírios, a cidade de Saís, no delta do Nilo, tornou-se a capital do Império. Iniciou-se então um período de prosperidade econômica, graças ao comércio que se desenvolvia no Mediterrâneo, principalmente com os gregos. Em virtude desse intercâmbio, a cultura alcançou grande desenvolvimento e, por isso, chama-se a essa fase de Renascimento Saíta.

No entanto, as lutas continuaram a enfraquecer o poder central, permitindo, a partir de 525 a.C. que o Egito fosse dominado pelos Persas. Seguiram-se os gregos, macedônicos, romanos (30 a.C.) e pelos árabes (povo que constitui hoje a maioria da população).

Economia do Egito antigo

O Nilo movia a economia. Garantia unidade à Civilização Egípcia. Devido as inundações do Nilo e os canais de irrigação, o solo era fértil, produzindo abundantes colheitas de cevada, trigo, legumes, algodão, frutas, linho e papiro (planta que servia para a fabricação de um tipo de papel).

A pirâmides permitem concluir que os egípcios dispunham de pedreiras bem organizadas. Jazidas de ouro entre o Nilo e o Mar Vermelho deram origem a uma diversificada indústria de ourivesaria, criaram magníficas jóias. Fabricavam móveis, sarcófagos, carros de guerra de madeira, armas de bronze e objetos de cerâmica.

Comercializavam com a Ilha de Creta, Palestina, Síria e Fenícia. Exportavam cereais, vinho, óleos vegetais e papiro. Importavam pedras preciosas, marfim, peles de animais e madeira.

O sistema econômico do Egito antigo era do tipo “dirigido”. O Estado egípcio exercia grande interferência nas atividades econômicas, já que era o dono das terras e comandava a força de trabalho nela empregada. Através de seus inúmeros funcionários, administrava as grandes pedreiras, as minas, as construções de canais e diques, os templos, as pirâmides e as estradas. Controlava ainda, o comércio exterior. Assim, não existiam no Egito pessoas ou empresas atuando independentemente do controle unificador do Estado.

Organização Social, Religiosa e Cultural

A hierarquia social

O Faraó era considerado filho de Amon-Rá, o deus Sol. Por isso o governo do Egito antigo é chamado Teocrático. Os egípcios julgavam que toda felicidade dependia do Faraó, diante dele se prostavam em freqüentes cerimônias. Parentes do Faraó, altos funcionários do palácio, oficiais do exército, chefes administrativos e sacerdotes formavam a Nobreza. Os Escribas formavam-se nas escolas do palácio e aprendiam a traçar os complicados caracteres da escrita, os Hieróglifos. Graças à sua cultura, transformavam-se em Magistrados, Inspetores, Fiscais e Coletores de Impostos. Os Soldados não eram muito estimados pela população. Viviam dos produtos recebidos como pagamento e dos saques realizados durante as conquistas. A camada inferior da sociedade era composta de Camponeses e Artesãos. Deles dependia a prosperidade do país. Recebiam míseros pagamentos em forma de produtos, moravam em cabanas, vestiam-se pobremente e comiam pouco. Os Escravos, em geral, eram bem tratados. Mais tolerantes que outros povos da mesma época, os egípcios ofereciam certa segurança a seus escravos, numerosos em tempo de guerra.

A Religião

Os egípcios eram politeístas, isto é, adoravam vários deuses. E os deuses eram antropo-zoomórficos: apresentavam forma de homem e animal.

O povo egípcio acreditava na imortalidade da alma e do corpo, por isso, seus mortos eram mumificados e dispostos em túmulos, com vestimentas, objetos pessoais e alimentos. Para servir-lhes de guia na viagem além-túmulo, colocava-se a seu lado o Livro dos Mortos, que continha ensinamentos relativos à viagem à terra dos mortos.

As principais divindades egípcias eram: Amon-Rá (Sol); Osíris (deus da vegetação e dos mortos); Íris (esposa e irmã de Osíris); Hórus (filho de Íris e Osíris).

As Artes e as Ciências

As grandes manifestações da Agricultura egípcia foram os Templos, as Pirâmides, as Mastabas e os Hipogeus, túmulos subterrâneos cavados nas barrancas do Nilo. A Escultura também era predominante religiosa e atingiu o auge com os sarcófagos, de pedra ou madeira. A Pintura tinha função decorativa e retratava cenas do dia-a-dia, o que permite reconstituir o gênero de vida dos egípcios.

Os estudos de Matemática e Geometria tinham finalidade prática: a construção civil. Os egípcios conheciam a raiz quadrada e as frações e chegaram a calcular a área do círculo e a do trapézio.

A preocupação com as cheias e vazantes do Nilo e com a natureza estimulou-os a estudar Astronomia. Localizaram alguns planetas e constelações. Construíram um relógio de água e organizaram um calendário solar. Dividiram o dia em 24 horas e a hora em minutos e segundos. O ano, de 365 dias, dividia-se em estações agrárias: cheia, inverno e verão. Na Medicina, os egípcios realizaram progressos razoáveis. Os médicos faziam operações até no crânio. Conheciam a circulação do sangue e as infecções dos olhos e dentes.

A Civilização Hebraica – A Palestina

Localizada entre o Egito, a Mesopotâmia, a Fenícia e a Arábia, a Palestina foi sucessivamente invadida e conquistada. Nesta terra, situada entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, os Hebreus fundaram o Reino de Israel, construíram o Templo de Jerusalém e legaram ao Ocidente dois monumentos imperecíveis: a Bíblia e a Religião Monoteísta.

A História dos Hebreus pode ser conhecida através do Antigo Testamento da Bíblia, cujas informações tem sido muitas vezes confirmadas pela Arqueologia. Sabe-se que três etapas marcaram a história dos Hebreus: a dos Patriarcas, a dos Juízes e a dos Reis.

A Fase dos Patriarcas

Os Patriarcas eram os membros mais velhos e os líderes das tribos. O primeiro Patriarca foi Abraão. Por volta do II milênio a.C. os hebreus liderados por Abraão emigraram da Mesopotâmia (Ur) e instalaram-se às margens do Mar Mediterrâneo, numa região chamada PALESTINA. Era uma estreita faixa de terra entre o deserto da Arábia e o Mar, pouco propícia à agricultura, que servia de passagem entre a Europa e a Ásia Menor. Após a migração para a Palestina, os Hebreus, devido ao próprio crescimento demográfico, tiveram um avanço em sua condição social de clãs para tribos independentes, embora preservando costumes e tradições comuns. Por volta de 1.700 a.C. devido a um longo período de seca e fome, os hebreus emigraram para o Egito, na época sob domínio dos Hicsos. Aí os hebreus prosperaram e chegaram a ocupar altos postos na administração. Após a expulsão os hicsos do Egito, os hebreus foram escravizados, permanecendo no Egito por aproximadamente 400 anos. O Cativeiro no Egito só terminou quando o Patriarca Moisés libertou os hebreus e os reconduziu à Palestina. Esse episódio recebeu o nome de ÊXODO. (+ ou – 1.250 a.C.).

Segundo a tradição bíblica, foi no monte Sinai, na península de mesmo nome, que Moisés recebeu do deus Jeová os Dez Mandamentos, que regulavam a moral e os costumes do povo hebreu. Moisés foi o responsável pela implantação do Monoteísmo entre seu povo. Após a morte de Moisés, os hebreus chegaram à Palestina, encontrando-a, porém, povoada pelos Cananeus. Para enfrentá-los de forma mais unida e organizada, os hebreus escolheram Juízes para comandá-los.

A Fase dos Juízes

Josué, sucessor de Moisés, iniciou a luta pela reconquista da Palestina. As necessidades da guerra levaram a uma gradual centralização da autoridade nas mãos de líderes políticos e militares que recebiam o título de Juízes. Liderados por eles, conseguiram conquistar a Palestina. Os Juízes mais conhecidos foram Sansão e Samuel. Quando a Palestina foi invadida pelos Filisteus, ficou evidente a necessidade de um governo mais centralizado para combater os inimigos. Foi instituída, então, a Monarquia.

A Fase dos Reis – A Monarquia

Os primeiros reis, Saul e Davi, lutaram contra os Filisteus, consolidando a conquista da Palestina e fazendo de Jerusalém sua capital. Em 996 a.C. Davi foi sucedido por Salomão.

O reinado de Salomão representou o apogeu da monarquia, com a existência de amplo comércio com povos vizinhos, reforço do exército e a construção de grandiosas obras, como o Templo de Jerusalém. Esse grande poder, no entanto, dependeu do aumento de impostos e da utilização de grande número de indivíduos sujeitos a trabalhos forçados. Após a morte de Salomão (926 a.C.), as tribos hebraicas, insatisfeitas com essa situação, se dividiram, formando os Reinos de Israel (norte) e de Judá (sul). Essa separação das tribos hebraicas em dois reinos é chamada de cisma. O cisma representou o rompimento da unidade política do povo hebreu.

O Reino de Israel tinha sua capital em Samaria.

O Reino de Judá tinha sua capital em Jerusalém.

Enfraquecidas pela divisão e pelas revoltas devido à permanência dos desajustes sociais e dos altos impostos, as tribos hebraicas eram presas fáceis dos impérios vizinhos. Assim, em 722 a.C. o Reino de Israel foi conquistado pelos Assírios, as tribos desapareceram totalmente, uma vez que seus integrantes foram mortos ou deportados. O Reino de Judá durou um pouco mais, sendo dominado pelos Babilônios em 587 a.C. que escravizaram os hebreus, levando-os para a Babilônia. Esse episódio ficou conhecido como CATIVEIRO DA BABILÔNIA (587 a 538 a.C.). Quando os Persas comandados por Ciro conquistaram a Babilônia em 539 a.C. , os Hebreus foram libertados e tiveram permissão para retornar à Palestina. Posteriormente, a Palestina foi conquistada por Alexandre Magno, da Macedônia (333 a.C.) e pelos romanos (63 a.C.).

Durante a dominação romana, ocorreu o nascimento de Jesus Cristo (ano 1), cujos ensinamentos deram início ao Cristianismo.

Em 70 d.C. os romanos destruíram o Templo de Jerusalém, provocando a revolta dos hebreus. A cidade de Jerusalém foi arrasada pelos romanos.

Mais tarde, em 131 d.C., o imperador romano Adriano empreendeu violenta repressão aos hebreus, levando-os a se dispersar pelo mundo. Esse episódio é conhecido como DIÁSPORA.

Os judeus passaram a viver em diferentes países, mas, apesar disso, conseguiram manter a unidade cultural.

Somente em 1948, os judeus voltaram a se estabelecer na antiga Palestina, fundando o Estado de Israel.

Atividades Econômicas dos Hebreus

A localização geográfica privilegiada da Palestina, região situada entre o Egito e a Mesopotâmia assim como entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho, desempenhou um importante papel nas atividades econômicas desenvolvidas pelos hebreus. Ao lado do pastoreio e da agricultura, desenvolvidos principalmente nas terras férteis do vale do Rio Jordão, os hebreus estabeleceram também intensas relações comerciais com os povos do Oriente Antigo, o Egito, a Fenícia, a Síria, a Ásia Menor, a Mesopotâmia, a Arábia e o Reino de Sabá (atual Etiópia) eram os principais parceiros comerciais dos hebreus. Esse comércio atingiu o apogeu no reinado de Salomão.

O Legado Cultural

A mais importante e original realização dos hebreus foi no campo religioso. Essa civilização elaborou uma religião, o Judaísmo, baseado na idéia da existência de um único Deus e os hebreus se tornaram o único povo monoteísta da história do Oriente Antigo. O Judaísmo caracterizou-se por valorizar as virtudes morais humanas como a honestidade, a bondade e a justiça, pela crença na vinda de um salvador da humanidade, o Messias; pela crença na imortalidade da alma, que seria recompensada ou castigada após a morte, e no Juízo Final; pela crença num Deus justo e presente em todos os lugares. O Judaísmo influenciou o Cristianismo e o Islamismo. A literatura dos hebreus foi a mais rica do Oriente Antigo: destaca-se: Os Salmos, Cântico dos Cânticos, Livro de Jó.

A Civilização Fenícia

A Fenícia é constituída por uma estreita faixa de terra, situada entre o Mar Mediterrâneo e as Montanhas do Líbano. Corresponde, aproximadamente, à região onde se encontra o atual Líbano.

O solo montanhoso da Fenícia não era favorável ao desenvolvimento agrícola ou pastoril. Assim, vivendo como que espremido em seu território, o povo fenício compreendeu a absoluta necessidade de se lançar ao mar e desenvolver o comércio pelas cidades do mediterrâneo.

Entre os principais fatores que favoreceram o desenvolvimento do comércio marítimo da Fenícia, destacamos:

· a Fenícia era uma encruzilhada de rotas comerciais, o escoadouro natural das caravanas de comércio que vinham da Ásia em direção ao mediterrâneo;

· era rica em Cedros, madeira valiosa para a construção de navios;

· possuía bons portos naturais em suas principais cidades;

· tinha praias repletas de um molusco (múrice), do qual se extraía a púrpura, corante de cor vermelha utilizado para o tingimento de tecidos, muito procurado entre as elites de regiões da antiguidade;

· pobreza do solo, a Fenícia possuía escassas terras férteis, seu solo era montanhoso.

Desenvolvimento Econômico dos Fenícios

As principais atividades econômicas desenvolvidas pelos fenícios foram o Comércio e o Artesanato.

O Comércio atingia o Mar Negro, o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Por terra, esse comércio era feito através das rotas de caravanas que ligavam a Fenícia à Síria, Mesopotâmia e Arábia.

Na Indústria, desenvolveram-se os setores ligados à construção naval, à produção têxtil e à metalurgia. Os fenícios fabricavam também, uma famosa púrpura, tintura extraída de um molusco, que era utilizada na coloração de tecidos.

Os Fenícios estabeleceram colônias comerciais em várias Ilhas do Mediterrâneo, como Creta, Chipre, Sardenha e também nas costas da Europa, Ásia e África (Cartago).

Exportavam: pescado, vinhos, ouro, prata e armas; Importavam: tecidos e vestimentas da Mesopotâmia; marfim, essências aromáticas e pedras preciosas da Arábia; pelo mediterrâneo desenvolviam um intenso comércio de escravos.

Os Fenícios eram exímios navegadores em função de suas atividades comerciais.

Segundo Heródoto, esse povo foi o primeiro a contornar o continente africano a serviço do Faraó Necao.

Os Fenícios foram responsáveis pela difusão cultural na Antiguidade. Como comerciantes, os Fenícios desenvolveram o espírito prático. Para facilitar os registros necessários aos seus negócios, criaram, a partir principalmente dos cuneiformes mesopotâmicos e da escrita egípcia, um novo sistema de escrita, muito mais simples e prático, e que serviu de base para o alfabeto grego e, posteriormente, para o alfabeto atual.

As Cidades-Estados da Fenícia

Na Fenícia não havia unidade política, isto é, não havia um Estado unificado. A Fenícia era formada por um conjunto de cidades-estados autônomos, independentes. Cada cidade era um verdadeiro Estado independente, com leis e administração própria. As principais cidades-estados da Fenícia eram Bíblos, Sidon, Tiro e Ugarit.

O sistema de governo das cidades era a Monarquia. O soberano, pertencente às famílias mais ricas, transmitia o cargo por hereditariedade. O monarca era auxiliado por um conselho de anciãos.

Tiro, foi a mais importante cidade fenícia, por sua localização, sua força e sua expansão comercial e colonial. Teria sido fundada em cerca de 2.700 a.C. e teve seu apogeu entre os anos 1000 e 700 a.C.

Por volta do ano 1000 a.C., Tiro acumulou imensa riqueza e sofreu numerosas reformas, especialmente no porto, onde as atividades comerciais se concentravam. A partir dessa época os fenícios fundaram numerosas colônias, entre elas a cidade de Cartago, no norte da África, em 814 a.C.

A partir do século VIII a.C. as cidades fenícias sofreram sucessivas dominações: dos assírios, dos persas, dos gregos e macedônios.

A Civilização Persa

A Pérsia antiga foi formada por povos de origem indo-européia que, por volta de 2.000 a.C. migraram do sul da Rússia e começaram a se fixar no grande planalto iraniano. A região é cercada por cadeias de montanhas, ricas em minérios como cobre, ferro, chumbo e metais preciosos. São poucas as terras férteis, propícias ao desenvolvimento da agricultura. Exceto nos vales entre as montanhas onde se cultivam cereais e árvores frutíferas, grande parte da área central do planalto é dominada por desertos e terras salgadas.

Na região onde se estabeleceram os persas na Antiguidade, situa-se hoje o Irã. Foi somente em nosso século que este país deixou de se chamar Pérsia.

Primitivamente, os iranianos se dividiam em dois grupos principais, os Medos e os Persas, que formavam reinos independentes.

No ano de 559 a.C. os persas chefiados por Ciro, dominaram os medos.


A Construção do Império Persa

Liderados por Ciro, os persas começaram a se expandir para fora do planalto iraniano, pressionados pelo crescimento demográfico e pela carência de terras férteis.

Por volta de 546 a.C. os persas conquistaram sucessivamente a Lídia (Ásia Menor), as cidades gregas da Ásia Menor, a Mesopotâmia, a Fenícia, a Palestina.

Num período extremamente curto formou-se o maior império já conhecido, com territórios que se estendiam do rio Indo e do Golfo Pérsico até o Egito e a Ásia Menor.

Em 539 a.C. Ciro tomou a Babilônia, e os povos que se encontravam sob o domínio babilônico ficaram sob a hegemonia da Pérsia. Foi aí que se deu o fim do lendário Cativeiro Babilônico dos judeus, pois Ciro permitiu que eles voltassem para Jerusalém e ajudou-os na reconstrução do templo, em 538 a.C.

Cambises, filho e sucessor de Ciro, iniciou uma difícil campanha militar contra o Egito, em 525 a.C., finalmente vencida pelos persas na Batalha de Pelusa.

Os persas não usaram uma política de saques e terror sistemático, como era comum na época, para manter dominados os vários povos. Mesmo assim as nações conquistadas eram obrigadas a pagar pesados tributos e a fornecer homens para trabalhos forçados e para o exército persa.

Civilização guerreira e expansionista, os persas construíram um império de cerca de 5 milhões de km2, cuja principal característica foi a diversidade geográfica, étnica e cultural.

O império persa era governado por uma Monarquia Absoluta Teocrática, caracterizada pela união entre o Estado e a Igreja.

O imperador persa mantinha uma política de tolerância em relação às leis, costumes e religiões dos povos conquistados. Essa política de tolerância estendia-se também às atividades econômicas, onde a liberdade de troca, impulsionou o desenvolvimento de intensas relações comerciais entre os diversos povos do império. A existência de uma moeda padrão e de um adequado sistema de transportes, ligando os grandes centros econômicos do império, foram outros fatores que contribuíram para incrementar o livre comércio. Pelo império persa passavam as rotas de caravanas que, através do comércio, ligavam a Índia e a China ao Mar Mediterrâneo.

A Organização do Império

Dario I, sucessor de Cambises, que reinou de 521 a 486 a.C. procurou manter o controle sobre o vasto Império, criando uma eficiente organização político-administrativa.

A administração foi fortemente centralizada. Em todo o Império foram criadas 20 províncias, chamadas “Satrápias”, cada uma governada por um “Sátrapa”, cujas ações eram fiscalizadas por funcionários reais denominados “olhos e ouvidos do rei”, que contavam com exércitos e podiam até mesmo depor os governantes provinciais.

A unidade do Império foi consolidada por um eficiente sistema de estradas que ligavam as principais cidades das mais diferentes regiões. A mais importante era a “Estrada Real”, que ligava Susa, perto do Golfo Pérsico, a Sardes, na Ásia Menor, com 2500 km, dispondo de pontos de parada com guarnições, instalações para pousada e para a troca de cavalos a cada 20 km.

Dario I introduziu também uma moeda denominada “Darico”, facilitando o comércio.

A Decadência do Império Persa

A conquista da Ásia Menor pelos persas prejudicou o intenso comércio grego na região. O clima de tensão entre várias cidades gregas e o Império Persa transformou-se em longa guerra. Nas chamadas Guerras Médicas ou Greco-Pérsicas, os persas foram derrotados e o seu expansionismo para o ocidente chegou ao fim.

Em 490 a.C. Dario tentou invadir a Grécia, mas foi derrotado pelos gregos na Batalha de Maratona.

Xerxes, filho de Dario, que continuou a luta contra os gregos foi derrotado em 480 a.C. e 479 a.C. nas Batalhas de Salamina e Platéia.

Após sucessivas derrotas, os persas foram obrigados a se retirar e reconhecer a hegemonia grega no mar Egeu e na Ásia Menor.

A Religião dos Persas

Foi no campo religioso que se deu a contribuição mais original dos persas. “Zoroastro” ou “Zaratustra”, fundou uma religião cuja doutrina foi exposta no livro sagrado “Avesta”.

A doutrina de Zoroastro pregava a existência de uma incessante luta entre “Ormuz”, deus do bem, e “Arimã”, deus do mal. Zoroastro afirmava que somente no dia do juízo final, quando todos os homens seriam julgados por suas ações. Ormuz venceria definitivamente Arimã.

O Zoroatrismo valorizava o “livre arbítrio” do homem, na medida em que cada pessoa era livre para escolher entre o caminho do bem ou do mal. É claro que conforme sua escolha, responderia pelas conseqüências no dia do juízo final.

A Civilização Cretense

Creta é a maior Ilha do mar Egeu e está situada a sudeste da península Balcânica. Esta Ilha foi o centro onde se desenvolveu uma das mais brilhantes civilizações da antiguidade: a Civilização Cretense.

O povo cretense tinha uma vida bastante ligada às comunicações marítimas. Aproveitando a localização da Ilha, tornou-se um ponto de encontro entre a Grécia e as Civilizações do crescente fértil. Expandindo-se pelo mar, os cretenses fundaram diversas colônias, entre as quais Micenas e Tróia.

Nossos conhecimentos sobre a história cretense ainda são bastante limitados, pois os sistemas de escrita utilizados nessa civilização somente começaram a ser decifrados a partir de 1950. As principais fontes históricas na qual se baseiam os estudos da civilização cretense são os relatos dos antigos gregos e as escavações arqueológicas.

A Ilha de Creta começou a ser povoada por volta de 3000 a.C. por grupos que se encontravam em estágio neolítico, provavelmente migrantes da Anatólia e da Síria.

A Civilização Cretense atingiu o seu apogeu cultural entre os anos 2000 a 1400 a.C. A posição geográfica de Creta tornou-a importante ponto de contato cultural e comercial entre várias civilizações, ligando Europa, Ásia e África.

Vida Econômica e Social

Os Cretenses cultivavam cereais, vinhas e oliveiras. Tinham grande habilidade no trabalho com metais e cerâmica. Seus vasos de cerâmica ou bronze, eram vendidos em todo o mediterrâneo oriental.

Apontados como fundadores do primeiro império marítimo, construíam navios de até 20 metros de comprimento. Seus mercadores vendiam vasos com azeite e vinho e artigos de bronze. Compravam minérios, marfim e perfume. Tinham o monopólio do comércio no mar Egeu. Os faraós do Egito lhes deram exclusividade no transporte do cedro do Líbano para o Egito.

É importante observar que o predomínio das atividades artesanais e do comércio marítimo gerou oportunidades para que um maior número de indivíduos conquistassem sua autonomia econômica. O mesmo não se deu em regiões como o Egito e a Mesopotâmia, onde predominaram durante muito tempo atividades agrícolas, que dependiam de grandes obras de irrigação construídas sob o comando do Estado. Nessas regiões, as classes dominantes que controlavam a administração do Estado impediram a iniciativa econômica dos indivíduos das classes menos favorecidas.

A Civilização Cretense tinha uma vida predominantemente urbana. As ruínas encontradas pelos arqueólogos revelam a existência de cidades bem planejadas, com ruas calçadas, sarjetas, lojas de comércio e bairros residenciais. Entre as principais cidades citam-se Cnossos, Faístos, Mália e Tilisso.

A numerosa população das cidades de Creta tinham uma vida menos opressiva comparada à de outras civilizações da antiguidade. Isso se explica, em grande parte, devido ao caráter da economia dominante ( artesanato e comércio marítimo), que escapava ao dirigismo do Estado e estimulava o individualismo.

Quanto às mulheres da Ilha de Creta, pode-se dizer que possuíam um nível de liberdade social inexistente em outras regiões da antiguidade. A análise das obras de arte cretenses revela mulheres passeando pelas ruas, ocupando lugar de relevo nos teatros e nos circos. Elas podiam desempenhar diversos trabalhos, ao lado do homem, ou participar de espetáculos esportivos como toureiras ou lutadoras. Cabia também, às mulheres sacerdotisas, o principal papel nas cerimônias religiosas.

Vida Cultural

Os Cretenses revelaram grande brilho e originalidade no setor artístico, produzindo obras extraordinárias. Na pintura, destaca-se a decoração de vasos cerâmicos e de murais dos palácios. A pintura foi a arte por excelência dos cretense, os pintores se inspiravam nas flores, nos pássaros e na vida do mar. Na escultura, destacam-se estatuetas bem trabalhadas feitas com argila, bronze e marfim. Na arquitetura, construíram-se elegantes palácios, confortáveis e arejados.

Nas Ciências, foram grandes os conhecimentos dos cretenses em termos de matemática e engenharia civil. O planejamento urbano das cidades e a construção dos palácios revelam muitos desses conhecimentos. Além disso, desenvolveram um eficiente sistema de canalização de água e esgotos, implantado nos palácios.


América espanhola: da conquista à independência

AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA

Muito antes da chegada de Cristovão Colombo, a América já era ocupada por vários povos, que viviam de variadas formas, as quais iam da organização tribal- como os povos que habitavam a região onde hoje é o Brasil- até vastos impérios, como era o caso dos Incas, Maias e Astecas. Muitas dessas civilizações desapareceram em conseqüência da colonização, que se iniciou no final do século XV, mas deixaram heranças históricas que marcam o nosso continente até os dias de hoje.

A Civilização Maia

A Civilização Maia desenvolveu-se na península de Iucatã, na região que hoje corresponde ao sul do México, Guatemala e Belize.

Na economia, a agricultura foi a atividade fundamental. Além do milho, que era o principal produto, plantavam também o algodão, o tomate, o feijão, a batata e o cacau. A terra pertencia ao Estado e era cultivada coletivamente. A caça e a pesca eram atividades econômicas complementares e desconheciam a pecuária. No artesanato realizaram notáveis trabalhos: tecidos, objetos de cerâmica, lapidação de pedras preciosas, etc. Desenvolveram um importante comércio com os povos vizinhos.

A sociedade estava dividida em quatro camadas sociais: Nobres, eram os chefes guerreiros que lideravam a administração pública; Sacerdotes, tinham o controle da religião; Povo, compunha a grande maioria da população e eram os trabalhadores que se dedicavam à agricultura, às construções e ao artesanato; Escravos, em pequeno número, geralmente prisioneiros de guerra ou condenados por algum delito cometido.

Na política, não chegaram a constituir um Estado centralizado. As cidades eram independentes, governadas por um chefe, que dirigia a política e recebia impostos, assessorado por um conselho formado por nobres e sacerdotes.

Na religião, havia um grande número de divindades, que representavam a chuva, o trovão, o raio, a seca, a guerra, a tempestade, e para elas foram construídos grandes templos.

Nas artes, os Maias destacaram-se na arquitetura, com a construção de templos e palácios. Também desenvolveram a pintura e a escultura.
Nas ciências
, desenvolveram a matemática e a astronomia.

A Civilização Inca

Os Incas formaram seu império dominando as várias civilizações que habitavam a região dos Andes, na América do Sul. Compreendia os atuais territórios do Peru, Equador, parte da Colômbia, do Chile, da Bolívia e da Argentina.

Na economia, possuíam uma agricultura desenvolvida, com a plantação de dezenas de espécies vegetais, entre elas o milho, principal produto, a batata-doce, o tomate, a goiaba, a abacate, o amendoim, etc. Usavam a irrigação e os adubos. Domesticaram o Ihama, o guanaco, a vicunha e a alpaca, que serviam para o transporte e fornecimento de lã e couro. O comércio era feito em grandes mercados locais. Não conheciam a moeda.

A sociedade Inca estava dividida em três camadas sociais. A dos sacerdotes e a dos nobres era a dominante. A figura mais importante da sociedade era o Inca ou Imperador. Considerado o grande sacerdote do Sol, ficava à frente da hierarquia religiosa. Estas camadas privilegiadas estavam isentas dos impostos. O Povo, camada social não privilegiada, era formada basicamente pelos camponeses. Trabalhavam nas terras do Estado e do clero e pagavam um imposto em serviços, construindo obras públicas, participando do exército, explorando minérios etc. Também faziam parte desta camada social os artesãos.

Quanto à vida política, o Estado Inca foi uma monarquia teocrática. O imperador era ao mesmo tempo chefe religioso, civil e militar. Seu poder sustentava-se no culto ao Sol, pois ele era considerado a sua encarnação na terra.

Na religião, os Incas adoravam as forças da natureza, principalmente o Sol e a Lua. Havia também o deus do trovão, do arco-íris, dos planetas, etc.

Nas artes, o grande destaque ficou com a arquitetura. Construíram grandes palácios, fortalezas e templos.

No campo das ciências, os Incas criaram um sistema de numeração decimal. Na medicina, usavam ervas para o tratamento de doenças.

A Civilização Asteca

Os Astecas ocupavam uma região que se estendia da atual Guatemala até o México.

A economia baseava-se na agricultura, com o cultivo do milho, tabaco, feijão, pimenta, tomate, cacau, baunilha, algodão, etc. A propriedade da terra era do Estado.

O comércio foi largamente desenvolvido. Como não conheciam a moeda, as trocas eram diretas. O artesanato também foi de grande importância, movimentando o comércio interno e externo. Confeccionavam tecidos com fibras vegetais, faziam machados e outros instrumentos de cobre.

A sociedade dos astecas estava dividida em camadas bastante diferenciadas. A mais alta era a dos Nobres que abrangiam várias categorias: o governante e sua família, os sacerdotes e os chefes guerreiros.Os comerciantes formavam uma camada social à parte, que gozava de grande privilégio junto ao governo, porque funcionavam com espiões. Abaixo, vinha a camada formada por agricultores, artesãos e pequenos comerciantes que eram obrigados a pagar pesados tributos. A camada mais baixa da sociedade era formada pelos escravos.

Quanto à vida política, no princípio, os astecas viviam sob a autoridade de um chefe político, com poderes absolutos. Mais tarde, foi adotada a monarquia eletiva.

Na religião, os astecas eram politeístas e uma das principais divindades era a Serpente Emplumada, que representava a sabedoria.

Quanto às artes e ciências, os astecas desenvolveram particularmente a arquitetura, com técnicas avançadas de construção. Criaram um calendário cujo ano tinha 365 dias. Conheciam várias plantas medicinais, das quais faziam remédios.

A Colonização Espanhola

Após a chegada de Colombo na América em 1492 e, em função, do interesse espanhol na busca de metais preciosos foram organizadas, no século XVI, várias expedições com o objetivo de reconhecer e conquistar o continente americano.

Uma destas expedições (1519), foi a do fidalgo Hernan Cortés que tinha o objetivo de saquear a civilização asteca. Cortés dominou o México destruindo uma brilhante civilização, saqueando suas riquezas, exterminando a população indígena e submetendo ao trabalho forçado os sobreviventes, até eliminá-los com maus-tratos, doenças e fome.

A civilização maia foi dominada pelos espanhóis a partir de 1523, quando Pedro Alvarado, enviado de Cortés chegou na península de Yucatán, na América Central. Os maias foram submetidos ao trabalho forçado, perderam sua identidade cultural e acabaram destruídos.

Os incas habitavam na América do Sul tendo como centro de seu império, o Peru. Quando os espanhóis chegaram (1531) comandados por Francisco Pizarro e Diego Almagro, o império encontrava-se enfraquecido devido a luta dos irmãos Huáscar e Atahualpa pelo poder. Este enfraquecimento auxiliou a dominação. Mesmo assim somente 40 anos depois, com a morte do último imperador, Tupac Amaru, o império inca terminou.

A maior conseqüência da conquista européia na América foi o genocídio dos povos pré-colombianos. Quando os europeus chegaram haviam 80 milhões de nativos e um século depois menos de 10 milhões de habitantes.

As bases da Colonização Espanhola

A colonização espanhola na América foi orientada pela prática mercantilista. O rei dirigia a empresa colonizadora, a burguesia detinha o monopólio do comércio colonial e à nobreza cabiam as funções administrativas.

As relações entre a metrópole espanhola e suas colônias na América eram regidas pelo Pacto Colonial.

A Administração Espanhola

As terras americanas eram consideradas propriedade dos reis espanhóis. No início, as terras foram entregues aos chefes conquistadores, os adelantados com amplos poderes como construir fortalezas, fundar cidades, evangelizar os índios e deter o poder jurídico e militar.

Com a descoberta das minas e ouro e prata, a Coroa Espanhola redefiniu a administração da América. As terras foram divididas em quatro vice-reinos: Nova Espanha, Nova Granada, Peru e Rio da Prata. Ao lado deles, criou quatro capitanias gerais: Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile.

Foram criados órgãos estatais sediados na Espanha e na América.

Na Espanha:

-Conselho das Índias: funcionava como Supremo Tribunal de Justiça, nomeava os funcionários das colônias e regulamentava a administração da América;

-Casa da Contratação: Responsável pelo comércio colonial, combatendo o contrabando. Fiscalizava o recolhimento do quinto.

Na América:

A autoridade principal era o Vice-rei. Tinha tantos poderes que o rei criou as audiências para vigiá-lo. Eram tribunais que também tinham tarefas de administração e fiscalização. Haviam também os Cabildos, que constituíam-se nas câmaras municipais da povoação, onde só participavam homens ricos e de prestígio (criollos).

A Igreja era intimamente ligada ao Estado e, através de instrumentos como as Missões Religiosas, contribuía para manter o domínio espanhol sobre as sociedades coloniais, mas, parte do Clero católico se opunha à exploração do indígena, destacando-se os frades Bartolomé de Las Casas e Antonio Montesinos. Entretanto, as leis de proteção ao nativo sempre foram desrespeitadas. Os jesuítas orientavam seu trabalho para a formação de reduções, onde viviam milhares de indígenas que eram alfabetizados e catequizados e se dedicavam à agricultura, à pecuária e ao artesanato. Com relação à escravidão do negro, a Igreja pouco se manifestou.

A Sociedade colonial espanhola

Socialmente, havia dois grupos: os brancos privilegiados.

-Chapetones: espanhóis nascidos na Espanha. Ocupavam os melhores cargos administrativos e também militares.

-Criollos: espanhóis nascidos na América. Formavam a elite proprietária (donos das propriedades rurais e das minas)e eram excluídos dos cargos dirigentes.

O Povo era composto por mestiços, índios e escravos que representavam a força produtiva, trabalhavam para enriquecer seus senhores.

A Economia

A economia predominante na América espanhola era de base mineradora, baseada no Pacto Colonial. Para que a fiscalização fosse efetiva, foi instituído o sistema de porto único, ou seja, toda mercadoria originária das colônias americanas deveriam desembarcar, obrigatoriamente, no porto de Cádiz.

A organização do trabalho indígena se deu através da Mita e da Encomienda. Em outras regiões onde escasseavam os indígenas, foi introduzida a escravidão negra.

- Encomienda: tipo de trabalho usado na agricultura, sem salário, obrigatório.

- Mita: tipo de trabalho temporário (4 meses por ano) e obrigatório do índio nas atividades mineradoras, era um trabalho realizado em condições precárias e tinha características de trabalho forçado. O salário era reduzido.

Na agricultura, destacavam-se os plantation, latifúndios voltados para o mercado externo (açúcar, tabaco, cacau) e as hanciendas, latifúndios que visavam o mercado local e produziam trigo, milho, lã e erva-mate.

A Espanha, nesta época, ainda era um país basicamente feudal. Por isso, o ouro e prata iam principalmente para o estado e a nobreza, pouco influenciando a burguesia. Com esta riqueza a Espanha importava manufaturas inglesas ao invés de investir no seu setor produtivo. Uma frase sintetiza esta situação: “O ouro deixou buracos na América, palácios na Espanha e fábricas na Inglaterra”. Além disso, o contrabando rolava solto na América, levando também grande parte do ouro espanhol.

A Independência na América Espanhola

No final do século XVIII e início do século XIX, o pensamento iluminista de liberdade econômica e política derrubou os entraves para que ocorresse o avanço do capitalismo.

Alheio às mudanças que ocorriam, o Império Colonial Espanhol continuava com as mesmas condições políticas e econômicas do início da colonização.

A colônia continuava sob o pacto colonial que a impedia de produzir manufaturas e a obrigava a comerciar diretamente com a metrópole.

A sociedade colonial estava dividida em: Chapetones (espanhóis, nascidos na metrópole, e que vinham para a América, atuar nos mais altos cargos políticos e econômicos); Criollos (descendentes de espanhóis, nascidos na América. Eram grandes proprietários rurais e mineradores, mas estavam excluídos do comércio exterior e não tinham participação política ou social, pagavam elevados tributos e defendiam o liberalismo econômico e político); Mestiços (branco/índio),artesãos e criados domésticos; Massa indígena e Escravos Negros.

Na segunda metade do século XVIII, surgiram algumas tentativas de lutar contra a opressão dos colonizadores portugueses e espanhóis. No Peru, sob a liderança de Tupac Amaru, a revolta foi sufocada. No Brasil, com a participação de Joaquim José da Silva Xavier, ocorreu a Inconfidência Mineira, sufocada com violência.

Para os Criollos, considerados como a elite da América Espanhola, era necessário libertar-se do domínio da metrópole, que impedia o livre comércio com outras nações, especialmente a Inglaterra.

Também o governo inglês tinha especial interesse em ampliar o mercado consumidor para os produtos surgidos em grande escala, com a Revolução Industrial. Desenvolvendo seu processo de industrialização, os ingleses tinham interesse em quebrar o monopólio espanhol.

A Independência dos Estados Unidos também contribuiu decisivamente para desenvolver entre os Criollos o desejo de romper as amarras impostas pela metrópole espanhola. Além disso, desde o início do século XIX, os Estados Unidos pretendiam ampliar sua influência econômica e política, lançando a Doutrina Monroe: “A América para os Americanos”. No entanto, o que eles pretendiam realmente era “A América para os americanos do norte”.

O desejo das colônias latino-americanas de tornarem-se independentes também foi fomentado pela invasão da Espanha, pelo exército Napoleônico (1808). Os espanhóis formaram uma Junta para combater os franceses. Nas colônias, os Criollos lideraram estas Juntas Governativas, organizados em Cabildos (câmaras municipais). Na verdade, os Criollos pretendiam disfarçar suas intenções e promover a independência das colônias e assumir o comando administrativo das mesmas.

A partir de 1810, com o apoio da Inglaterra, surgiram as primeiras tentativas de emancipação no México, Venezuela, Buenos Aires, Lima, Caracas e Bogotá. No entanto, foram derrotadas pelos espanhóis.

Neste período, surgiram líderes que compreenderam a necessidade de união da elite Criolla com o restante da população.

Simon Bolívar e San Martin foram os nomes que se destacaram na luta pelas emancipação das colônias latino-americanas.

Em 1811, o Paraguai se torna independente. Em 1817, San Martin liberta o Chile. Em 1821 o Peru se torna independente. A Bolívia em 1825.

Os movimentos de independência das colônias espanholas na América foram sangrentos e com base no endividamento externo, gerando governos autoritários. As guerras de independência puseram em evidência, na América Espanhola, a figura do “caudilho”, chefe político e militar, cuja atuação política baseava-se na autoridade pessoal forte e paternalista perante o povo, na utilização de exércitos pessoais na repressão às camadas populares rebeldes e nas disputas entre oligarquias, na manutenção do poder político por meio de eleições fraudulentas e na permanência do modelo agro-exportador. O “caudilhismo” era fruto da anarquia política, da desordem e do atraso econômico.

A situação da América Latina permaneceu sem alterações após a independência. Não houve desenvolvimento industrial e estes países continuavam exportando matéria-prima e importando produtos industrializados europeus, agora mais diretamente da Inglaterra. O controle do poder passou para as mãos da oligarquia rural, dos Criollos. A grande massa populacional continuou sendo explorada nos latifúndios agrícolas. Índios e mestiços, que participaram do processo de independência, foram excluídos do poder.